segunda-feira, 4 de agosto de 2014
















Olá pessoal!!! Chegamos à última postagem. Acredito que deva ter sido cansativo para vocês meu blog mas, futuramente, verão o quanto ele foi e é importante. Então quando precisar leiam ele novamente e aproveitem. Uma ótima férias a todos.

DEFICIÊNCIA DAS IMUNOGLOBULINAS

A defesa imunológica depende de quatro sistemas interativos:
·     Anticorpos humorais (imunoglobulinas) da série de linfócitos B.
·     Imunidade celular-mediada dos linfócitos T.
·     O sistema fagocitário.
·     Sistema do complemento.
Os dois últimos sistemas são não específicos e não tem memória imunológica para o antígeno. O primeiro e o quarto são proteínas plasmáticas. As principais causas de deficiência das imunoglobulinas são:
Causas secundárias. (Comuns):
·        Defeito na síntese (a IgM cai primeiro, a seguir a IgA e, finalmente, a IgG)
     -  Neoplasia linfóide (leucemia linfocítica crônica, doença de Hodgkin e mieloma
múltiplo).
     -  Reação tóxica, insuficiência renal (perdedora de proteínas) e diabetes mellitus.
     -  Drogas: fenitoína, penicilina e imunossupressores.
     -  Neonatal: prematuridade e atraso passageiro da síntese.
·         Perda anormal de proteínas
      -  Síndrome nefrótica, queimaduras, lesões exudativas e enteropatias perdedoras de
proteínas.
Causas primárias ou inerentes. (Raros).
·        Insuficiência na produção de anticorpos.
     -  Generalizada (infecções piogênicas severas).
     -  Deficiência seletiva das seguintes imunoglobulinas.
     -  IgA: a mais comum (1:700), sem sintomas, mas as pessoas afetadas tendem a sofrer doenças alérgicas ou autoimunones.
     -  IgG e IgA (IgM aumentada): infecções piogênicas recorrentes.
     -  IgA e IgM: comum na giardíase.
     -  IgG: infecções piogênicas recorrentes .
     -IgM: susceptibilidade à enfermidade auto-imune e a septicemia após esplenectomia.
·        Insuficiência combinada de anticorpo e imunidade célula-mediada.

HIPERGAMAGLOBULINEMIA POLICLONAL
A hipergamaglobulinemia policlonal é caracterizada por aumentos difusos das gamaglobulinemias. É provocada pelo estímulo imune de muitos clones celulares produzindo várias imunoglobulinas. Representa a resposta das células b a o e s tí -
mulo antigênico e indica a presença de infecção crônica ou processo auto-imune. As principais causas são:
Infecções crônicas. Brucelose, tuberculose, parasitoses (malária), lepra, bronquiectasia. Nestes casos, as estimativas das imunoglobulinas específicas raramente fornecem mais informações que a eletroforese proteica. No entanto, as suas determinações são de grande valor em alguns diagnósticos diferenciais.
Doença hepática. Cirrose biliar primária, cirrose portal e hepatite crônica ativa.
Infecções intrauterinas. A produção de IgM no feto aumenta e, ao nascer, o teor de IgM no sangue do cordão está elevado.
Doença inflamatória intestinal. Doença de Crohn e colite ulcerativa.
Desordens auto-imunes. Artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico.
Granulomas. Sarcoidose.
Em alguns casos, as classes imunoglobulínicas fornecem a indicação da etiologia:
·        Predomínio de IgG: hepatite crônica ativa e lúpus eritematoso sistêmico.
·        Predomínio de IgA: cirrose criptogência, doença de Crohn, tuberculose e sarcoidose.
·        Predomínio de IgM: cirrose biliar primária e doenças parasitárias.
·        Aumentos equivalentes das IgA, IgG e IgM: infecções crônicas prolongadas.
HIPERGAMAGLOBULINEMIA MONOCLONAL (PARAPROTEINEMIA)
As bandas de imunoglobulinas monoclonais visíveis na eletroforese do soro sanguíneo, como picos estreitos e pontiagudos, são denominadas paraproteínas ou componentes monoclonais. Podem ser polímeros, monômeros ou fragmentos de moléculas de imunoglobulinas, como cadeias leves (proteínas de Bence Jones) ou, raramente, cadeias
pesadas ou meias moléculas; tanto os monômeros como os fragmentos podem ser polimerizados. A detecção de uma paraproteína no sangue ou urina necessita outras investigações para determinar se a mesma é benigna ou maligna. Paraproteínemias malignas ocorrem no mieloma múltiplo (e plasmacitoma), macroglobulinemia e outros tumores linfóides. A prevalência de paraproteínemia aumenta com a idade e está ao redor de 3% da população geriátrica.
Mieloma múltiplo. Cerca de 60% das paraproteínas são devidas ao mieloma múltiplo (doença maligna de plasmócitos basicamente na medula óssea) que está associado com várias classes de imunoglobulinas, principalmente, a IgG. A maioria dos mielomas produzem moléculas de Ig completas – geralmente IgA ou IgG – sendo a quantidade produzida muitas vezes proporcional a massa do tumor. Quantidades excessivas de fragmentos de Ig (cadeias leves ou partes de cadeias pesadas) são também produzidas em 85% dos casos, aproximadamente. Dímeros de cadeias leves (44kDa) estão, muitas vezes, presentes na urina sendo denominados proteínas de Bence Jones. No mieloma múltiplo são encontrados:
·        Sinais clínicos: dor óssea, fatiga, anemia leve, infecção, insuficiência renal, hiperviscosidade e uma velocidade de hemossedimentação elevada.
·        Diagnóstico: banda de paraproteínas na eletroforese no soro e urina; lesões líticas difusas no raio X ósseo; biópsia da medula óssea com presença de células plasmáticas anormais.
·        Acompanhamento: hipercalcemia (envolvimento ósseo); creatinina e ureia elevadas
(disfunção tubular e glomerular); b2 -micro globulina (níveis elevados indicam um mau
prognóstico – depende da renovação das células tumorais e da função renal); hemoglobina reduzida (depressão da medula); redução das imunoglobulinas “normais” – não-paraproteína – o que predispõe à infecção.
Macroglobulinemia de Waldenström. É uma doença clonal de linfócitos plasmocitóides secretores de IgM. Geralmente apresenta um curso mais prolongado que o mieloma múltiplo. Há uma proliferação de células que lembram os linfócitos em lugar de células plasmáticas. Elas produzem moléculas completas de IgM e, muitas vezes, excesso de cadeias leves. A elevação do teor de IgM promove o aumento da viscosidade plasmática com tendência à trombose. Epistaxe, hemorragias retinianas, confusão mental e insuficiência cardíaca congestiva são manifestações típicas da síndrome de hiperviscosidade. O diagnóstico e o acompanhamento da macroglobulinemia são realizados pelos seguintes testes:
·        Eletroferese das proteínas no soro e urina. Devem ser usadas amostras recém-colhidas para evitar erros resultantes da deterioração. Uma urina ao acaso é adequada para a demonstração da proteinúria de Bence-Jones.
·        Determinação quantitativa das paraproteínas e outras imunoglobulinas no soro. A análise destes resultados permite a diferenciação entre a hipergamaglobulinemia benigna e maligna.
·        Imunoeletroforese ou imunofixação de proteínas séricas e urinárias, para determinar o tipo de paraproteína.
·        b2 -Microglobulina sérica. Para monitorar o progresso da doença; níveis elevados destas proteínas indicam um mau prognóstico.
·        Uréia e creatinina séricas, para avaliar a função renal.
·        Cálcio, fosfatase alcalina e ácido úrico no soro, medidos como índices da extensão do envolvimento ósseo e renovação celular, respectivamente.
Doença da cadeia pesada (doença de Franklin). Compreende um grupo de condições raras nas quais os fragmentos de cadeia pesada correspondente à porção Fc das imunoglobulinas que são sintetizadas e excretadas na urina. A produção anormal de cadeias pesadas a e g é a desordem mais comum.
Paraproteinemia benigna. Pode ser transitória ou persistente. As paraproteínas ocorrem transitoriamente durante infecções agudas em doença auto-imune devido a estimulação de antígeno. Paraproteinemia benigna estável ou persistente pode ocorrer em tumores benignos das células B. São encontradas no diabetes mellitus, infecções crônicas, cirrose e desordens do tecido conjuntivo. São características desta condição:
·        Concentração de paraproteínas abaixo de 2,0g/dL (<1,0 g/dL se a paraproteína for IgA).
·        Teores normais de albumina sérica e outras imunoglobulinas.
·        Período maior que cinco anos sem elevação nas concentrações das paraproteínas.
·        Mais comum em idades avançadas, isto é, a prevalência é 2% entre 60-80 anos, 10% entre 80-90 anos e 20% para >90 anos.
RESPOSTA DE FASE AGUDA
É uma alteração não específica da síntese e nos níveis plasmáticos de várias proteínas derivadas do fígado após danos teciduais (trauma, infarto, malignidade) e infecções. É uma resposta à inflamação que promove o aumento nas concentrações de algumas proteínas sanguíneas ou teciduais. A resposta de fase aguda é mediada pela liberação de citoquinas pelos macrófagos ativados. Em infecções bacterianas isto é induzido pelas endoxinas das bactérias. Vários efeitos sistêmicos acompanham a inflamação como febre, leucocitose, alterações endócrinas, modificações no equilíbrio líquido e eletrolítico e proteólise muscular.
Proteínas de fase aguda. Este termo é usado para denotar todas as proteínas que alteram a sua concentração em 25% ou mais no período de uma semana após dano tecidual. Entre elas estão: proteína C reativa, a1 -antiquimiotripsina, haptoglobina, fatores do complemento e fibrinogênio. Algumas destas proteínas são descritas acima. Duas
outras medidas são empregadas para avaliar o estado de fase aguda:
·        Velocidade de sedimentação globular. Modificações na VSG abrangem alterações em várias proteínas (fibrinogênio, a2 -macroglobulinas, imunoglobulinas e albumina) também, como o número e as características das membranas dos eritrócitos.
·        Medidas das citoquinas. Com o estabelecimento do papel das citoquinas, interleucina 1, interleucina 6 e o fator de necrose tumoral, pelo estímulo da resposta de fase aguda, foi sugerido as suas avaliações em condições inflamatórias. Ainda persistem vários problemas técnicos na determinação rotineira destes componentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
LEHNINGER, Albert L., NELSON, David L., COX, Michael
M. Princípios de bioquímica. São Paulo : Sarvier,

1995. 839 p.

domingo, 27 de julho de 2014






ALBUMINA
A albumina compreende ao redor de 60% das proteínas presentes no plasma humano. É sintetizada no fígado em velocidade dependente da ingestão proteica, mas sujeita a regulação por retroalimentação pelo teor de albumina circulante. Tem meia vida de 15-19 dias. Exerce importantes funções:
·        Contribui com 75-80% do efeito osmótico do plasma, um dos fatores que regulam a distribuição apropriada de água entre os compartimentos intra e extracelulares. Em certas enfermidades, os teores de albumina anormalmente baixos, movem a água do leito vascular para os tecidos (edema).
·        Transporte e armazenamento de vários compostos muito dos quais pouco solúveis em água. Por exemplo, a albumina liga (e solubiliza) vários compostos não-polares como a bilirrubina não-conjugada transportando-a até o fígado; ácidos graxos de cadeia longa que se ligam fortemente à albumina, sendo assim transportados do fígado para os tecidos periféricos. A concentração plasmática de diversas substâncias, tais como cálcio, alguns hormônios (tiroxina, triiodotironina, cortisol, aldosterona) e triptofano, são reguladas, de certo modo, pela sua ligação à albumina. Várias drogas, por exemplo, salicilatos, fenilbutazona, clofibrato, dicumarol, penicilina G e warfarin, também se ligam fortemente à albumina.

HIPERALBUMINEMIA
É encontrada raramente como nos casos de carcinomatose metastática, desidratação aguda, diarreia, esclerodermia, esteatorreia, estresse, febre reumática, gravidez, intoxicação hídrica, lúpus eritematoso sistêmico, meningite, miastenia, mieloma múltiplo, nefrose, neoplasias, osteomielite, pneumonia, poliartrite nodosa, sarcoidose, traumatismo, tuberculose, úlcera péptica, uremia, vômito e hemoconcentração.
HIPOALBUMINEMIA
Esta condição pode ser fisiológica ou patológica.
Redução da síntese
·        Enfermidade hepática severa, como hepatite crônica e cirrose, resulta na incapacidade dos hepatócitos em sintetizar albumina.
·        Desnutrição ou diminuição da ingestão proteica.
·        Síndromes de má absorção, redução da absorção de aminoácidos.
Aumento do catabolismo proteico. Como resultado de lesões (cirurgia de grande porte ou trauma), infecção ou malignidade.
Perda de proteínas. Urina: é a forma mais severa desta anormalidade com concentrações de albumina de até < 2 g/L, geralmente com presença de edema. As principais causas são: síndrome nefrótico, glomerulonefrite crônica, diabetes ou lúpus eritematoso sistêmico. Fezes: enteropatia perdedora de proteínas aumentada por enfermidade neoplástica ou inflamatória. Pele: queimaduras.
Distribuição alterada. Sequestro de grandes quantidades de albumina do compartimento extracelular, por exemplo, na ascite, quando a elevada pressão na circulação portal dirige a albumina para o líquido peritoneal.
Outras anormalidades. A analbuminemia, uma rara doença caracterizada pela ausência congênita de albumina, e bisalbuminemia, detectada na eletroforese pelo aparecimento de duas bandas ou uma banda mais larga no lugar da banda normal de
albumina. Nenhum sintoma clínico está associado à bisalbuminemia. O termo “microalbuminemia”  é empregado para descrever aumentos na excreção de albumina
sem evidências ou enfermidade renal. Esta condição é encontrada em certas populações de diabéticos que desenvolvem enfermidade renal. Entretanto, a presença de albumina na urina é um achado não-específico. A hipertensão, infecção do trato urinário, exercício e enfermidade cardíaca congestiva também podem aumentar a excreção da albumina na urina.
CONSEQÜÊNCIAS DA HIPOALBUMINEMIA
A hipoalbuminemia afeta a distribuição líquida do corpo e as concentrações plasmáticas de substâncias transportadas ligadas à albumina.
·        Distribuição dos líquidos corporais. A albumina é o mais importante contribuinte da pressão oncótica do plasma e sua redução resulta em edema.
·        Função transportadora. Os níveis de constituintes normalmente transportados pela albumina estão diminuídos. Por exemplo, calcemia, drogas e bilirrubina transportada por proteínas. A ligação da bilirrubina à albumina impede que a bilirrubina “livre” atravesse a barreira sangue/cérebro e, portanto, a sua deposição nos tecidos cerebrais (kernictericus na icterícia neonatal).
DETERMINAÇÃO DA ALBUMINA SÉRICA
Paciente. Não deve consumir dieta rica em gordura por 48 h antes da prova.
Amostra. Soro. Evitar estase prolongada na coleta de sangue, pois a hemoconcentração aumenta os níveis de proteínas plasmáticas; além disso, a postura do paciente deve ser observada já que o teor de albumina é, aproximadamente, 0,3 g/dL maior em pacientes ambulatoriais quando relacionados aos hospitalizados. Em frascos bem fechados, o soro límpido é estável por uma semana em temperatura ambiente ou um mês no refrigerador.
Interferências. Resultados falsamente elevados: agentes citotóxicos, anticoncepcionais orais e bromossulfaleína. Resultados falsamente reduzidos: paracetamol, aspirina, estrogênios, anticoncepcionais orais, ampicilina, asparaginase e fluorouracil.
Métodos. Os primeiros métodos para a separação da albumina das globulinas empregavam o fracionamento salino. Os mais populares usavam o sulfato de sódio com a medida da albumina pelo método de Kjeldahl ou pelo desenvolvimento de cor pela reação do biureto.
Verde de bromocresol. Atualmente, os métodos mais amplamente empregados para a análise da albumina são os de fixação de corantes. A albumina tem a capacidade de fixar seletivamente vários aníons orgânicos, entre os quais, moléculas de corantes complexos como o verde de bromocresol (BCG), azul de bromofenol (BPB) ou púrpura
de bromocresol (BCP). Ao ligarem-se à albumina estes corantes sofrem um desvio nas suas absorções máximas. A quantidade de albumina ligada ao corante é proporcional ao teor de albumina na amostra. O método do BCG é o recomendado por apresentar boa especificidade e não sofrer interferências da bilirrubina, salicilatos, hemoglobina
ou lipemia quando em níveis moderados. Este princípio é empregado para a química
seca no DT Vitros.
Eletroforese. O emprego da eletroforese das proteínas para a separação da albumina fornece também informações adicionais sobre as globulinas.
Outros métodos. A albumina também pode ser avaliada pela determinação das globulinas baseada no conteúdo de triptofano das globulinas. Vários métodos tais como: eletroimunoensaio, imunoquímico, nefelométrico, imunodifusão radial, eletroimunodifusão, turbidimetria, radioimunoensaio e enzimaimunoensaio são também empregados para a determinação da albumina sérica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
http://www.cerpe.com.br/img/artigo/exames-laboratoriais.jpg


sábado, 19 de julho de 2014






PROTEÍNAS MARCADORAS DA DISFUNÇÃO RENAL

Pode-se, também, classificar as proteínas como proteínas marcadoras da disfunção renal. Deste modo, três grupos são identificados, os quais correspondem a três tipos de defeitos renais:
Proteínas com massa molecular de >100.000 Dáltons. Aparecem na urina somente quando houver um avançado comprometimento da membrana, envolvendo a perda da função de permeabilidade glomerular, a proteinúria é não-seletiva. Uma proteína típica deste grupo é a IgG.
Proteínas com massa molecular entre 50.000 e 80.000 Dáltons. O aumento da secreção urinária destas proteínas em razão da baixa filtragem de íons, representa um possível defeito reversível no glomérulo, sendo uma proteinúria glomérulo seletiva. Proteínas típicas deste grupo
são a albumina e a transferrina.
Proteínas com massa molecular <50.000 Dáltons.  Estas proteínas de baixa massa molecular estão normalmente presentes na urina nos casos de um defeito renal intersticial. Assim, a função de reabsorção fica diminuída resultando numa proteinúria tubular. As proteínas marcadoras
deste grupo são: alfa 1 -microglobulina, beta  2 –microglobulina e proteína ligadora de retinol.
PROTEINÚRIA PRÉ-RENAL, PÓS-RENAL E NÃO-RENAIS
Além das causas renais existem condições pré - renais, pós-renais e não-renais que também acarretam aumentos da proteinúria. A proteinúria pré-renal é causada por uma permeabilidade excessiva de proteínas de baixa massa molecular. Este filtrado contém altos teores de proteínas na primeira urina. Isto se deve a uma interrupção da reabsorção tubular por sobrecarga no sistema. As proteínas típicas de uma proteinúria pré -renal são: a mioglobina, imunoglobulinas de cadeias leves kappa e lambda (gamopatias monoclonais) e proteínas de Bence Jones. A proteinúria pós-renal ocorre pela adição de proteínas à urina na bexiga ou nos ureteres e assemelha-se a uma doença renal. As proteínas adicionadas na urina são linfáticas ou plasmáticas. Entram na urina pela bexiga por exsudação ou
transudação do epitélio do ureter. Isto acontece pela alta densidade das proteínas envolvidas que não conseguem atravessar a membrana do glomérulo. Sua passagem para a urina se deve a uma sobrecarga plasmática pós-renal. A alfa 2 –macroglobulina é um excelente marcador protéico da proteinúria pós-renal. Como proteinúria não-renais têm-se: anemia grave, ascite, cardiopatia, distúrbios convulsivos, endocardite bacteriana subaguda, febre, hepatopatia, hipertireoidismo, idade avançada, infecção aguda, ingestão ou superexposição a certas substâncias (ácido sulfossalicílico, arsênico, chumbo, éter, fenol, mercúrio, mostarda, opiáceos, propilenoglicol, turpentina), obstrução intestinal, reação de hipersensibilidade, toxemia, toxinas bacterianas (difteria, escarlatina, estreptocócica aguda, febre tifóide e pneumonia), traumatismo e tumor abdominal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

http://cdn.rotativo.com.mx/assets/2014/03/3065salud.jpg

domingo, 13 de julho de 2014







Essa semana continuaremos com o assunto das proteínas séricas. Espero que seja de grande proveito. Ótima semana à todos.

PROTEÍNAS TOTAIS NA URINA

Como resultado da pressão hidrostática, as proteínas de baixa massa molecular rotineiramente são filtradas através da membrana basal glomerular. Esta membrana atua como uma barreira à filtração graças ao tamanho dos poros e a carga negativa. As proteínas de pequeno tamanho molecular são conduzidas para dentro do túbulo renal onde são quase totalmente reabsorvidas; no entanto, uma pequena fração é conduzida através dos túbulos e aparece na urina. Entre 20-50% da proteína urin ária
é albumina. O restante consiste de uromucóide, mucoproteína de Tamm-Horsfall provenientes das células tubulares renais, pequenas quantidades de microglobulinas séricas e tubulares e proteínas de secreções vaginais, prostática e seminal. A proteinúria anormal é classificada como:

Benigna. A forma benigna é provocada por alterações hemodinâmicas ou clínicas não associadas com morbidez ou mortalidade e são de causa desconhecida. Este tipo de proteinúria (em geral <1 g/d) é a razão mais freqüente de resultados positivos na pesquisa de proteínas na urina. Três categorias gerais de proteinúria benigna são descritas:
Ø Proteinúria funcional, secundária à doenças febris, após exercícios vigorosos, insuficiência cardíaca congestiva e hipertensão essencial.
Ø Proteinúria idiopática, relativamente comum em crianças assintomáticas e adultos jovens sadios.
Ø Proteinúria ortostática ou postural, ocorre quando a pessoa fica em pé por muito tempo e desaparece quando ela se deita por algumas horas. Ocasionada, provavelmente, pela grande pressão sobre a veia renal quando o indivíduo fica em posição vertical.

Sobrecarga. Proteínas de baixa massa molecular aumentadas no plasma são filtradas pelo glomérulo em grandes quantidades, ultrapassando a capacidade de reabsorção do túbulo.

Tubular. É devida a incapacidade dos túbulos renais realizarem a absorção, provocada por uma disfunção ou quando o excesso de proteínas no líquido tubular ultrapassa a capacidade reabsortiva dos mesmos. Na proteinúria tubular, pequenas moléculas que em condições normais ultrapassam a membrana glomerular e são absorvidas, aparecem na urina final em razão da reabsorção tubular incompleta. A presença de proteinúria é um dos principais sinais de enfermidade renal. A beta 2 –microglobulina serve como um marcador da disfunção tubular em condições como: envenenamento por metais pesados, síndrome de Fanconi e hipocalemia crônica. Em doenças tubulares a excreção urinária diária é inferior a 3,5 g de proteínas.

Glomerular. A proteinúria glomerular é uma conseqüência da perda de integridade da membrana do glomérulo que, em condições normais, não permite a passagem de proteínas de elevada massa molecular para a urina. Nestes casos encontram-se valores maiores que 1,0 g/d. Esta forma de proteinúria está associada com a síndrome nefrótica, hipertensão o u glomerulonefrite rapidamente progressiva. Nestas condições, o glomérulo torna-s e progressivamente permeável à proteínas, particularmente, à albumina. Quantidades entre 3 a 6 g/d, podem ser perdidas nestas condições. Este tipo de proteinúria também ocorre como consequência secundária de outras enfermidades, tais como: amiloidose, lúpus eritematoso e diabetes mellitus (ao redor de 30 a 40% dos pacientes com diabetes tipo 1 desenvolvem nefropatia diabética que se manifesta clinicamente 8 a 10 anos após aquisição da doença). No curso tardio do diabetes esta elevação dos teores de proteínas na urina se torna persistente, dando lugar a uma insuficiência renal.

Proteínas não-plasmáticas. Proteínas de Tamm-Harsfall (urumucóide), um constituinte dos cilindros urinários e provavelmente secretadas pelos túbulos distais.

DETERMINAÇÃO DAS PROTEÍNAS TOTAIS
NA URINA

Amostra. São utilizadas amostras de 24 h ou 12 h sem preservativos e mantidas em refrigerador. Não sendo possível a determinação nas primeiras 48 h após a coleta, deve-se misturar bem e separar uma alíquota. Amostras congeladas são estáveis por um ano.
Métodos. A determinação quantitativa das proteínas na urina é realizada por um dos seguintes métodos:
Turbidimetria. Os métodos turbidimétricos são tecnicamente simples, rápidos e suficientemente exatos. Os reagentes comumente usados são: ácido tricloroacético, ácido sulfossalicílico ou cloreto de benzetônio (BZC) em meio alcalino. Nestes métodos, o reagente precipitante é adicionado
à urina e a proteína desnaturada precipita em uma suspensão fina que é quantificada turbidimetricamente. Nesta categoria, o método mais empregado é o do cloreto de benzetônio por ser o mais sensível dos métodos turbidimétricos.
Corantes. Estas técnicas estão baseadas no desvio da absorvância máxima do corante quando ligado à proteínas. Os corantes frequentemente empregados são: azul brilhante de Comassie (G-250) que liga-se aos resíduos NH3 das proteínas; e o molibdato vermelho de pirogallol que reage com grupos amino básicos tanto da albumina como das g-globulinas para formar um complexo azul.
Biureto. Os métodos que empregam o reagente do biureto são pouco utilizados por serem mais complexos e sofrerem a interferência de certos metabólitos como a bilirrubina. As proteínas são concentradas pela precipitação com ácido tricloro acético ou ácido fosfotúngstico-HCl-etanólico (reagente de Tsuchya) e redissolvido no reagente do biureto onde o Cu 2 + forma um complexo colorido com as ligações peptídicas. O precipitante de Tsuchya melhora a sensibilidade e a linearidade do método.
Indicador de pH. É um método semi-quantitativo onde a proteína (principalmente a albumina) liga-se ao indicador provocando alterações na cor. Apresenta falso-positivos em urinas pH>8,0.

Valores de referência para as proteínas na urina
Adultos                                                                        40 a 100 mg/d
Mulheres grávidas                                                     Até 150 mg/d
Após exercícios (adultos)                                         Até 300 mg/d



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/34221/geral/exame-de-urina-comum-determina-quanto-tempo-uma-pessoa-pode-viver

quarta-feira, 2 de julho de 2014

















Olá, pessoal !!!
Dando continuidade ao assunto anterior, abordaremos sobre os exames de proteínas séricas, nesta semana enfatizarei sua determinação no soro sanguíneo.  Espero que seja de grande contribuição para o conhecimento de todos e uma ótima semana.

DETERMINAÇÃO DAS PROTEÍNAS TOTAIS SÉRICAS
Paciente: Não deve ingerir dieta rica em gorduras durante 8 horas antes do teste. Suspender as medicações que interferem nos níveis das proteínas séricas.

Amostra: Soro sem hemólise e não lipêmico. A amostra pode ser refrigerada por até uma semana.

Interferentes: Resultados falsamente elevados: bromossulfaleína, clofibrato, contrastes radiológicos, corticoesteróides, corticotropina, dextrano, heparina, insulina, somatropina, tireotropina e tolbutamida. Resultados falsamente reduzidos: anticoncepcionais orais, dextrano, íon-amônio, líquidos intravenosos excessivos contendo glicose, pirazinamida e salicilatos.

Métodos: Historicamente o método de referência para a determinação das proteínas totais no soro sanguíneo é o método de Kjeldahl. Este método não é empregado rotineiramente no laboratório clínico devido a sua complexidade.

Refractometria: Os métodos que empregam a medida do índice de refração avaliam as proteínas totais no soro, plasma, urina e LCR. Estão baseados na determinação refratométrica dos sólidos totais nos líquidos antes e depois da remoção das proteínas. Estes métodos são influenciados por variações da temperatura, relação albumina/ globulinas, azotemia, hiperglicemia, hiperbilirrubinemia e, particularmente, hiperlipemia.

Biureto: É o mais usado atualmente, pois além de preciso e exato é de fácil execução, sendo, portanto, bastante empregado para a automação. Biureto é o nome dado ao produto de decomposição da ureia pelo calor. Quando o biureto é tratado com íons cúpricos em solução alcalina, desenvolve cor violeta. As proteínas são determinadas por reação idêntica ao do biureto. O complexo colorido é de composição desconhecida, sendo
formado entre os íons cúpricos e duas ou mais ligações peptídicas. A intensidade do produto colorido é proporcional ao número de ligações peptídicas presentes nas proteínas. O reativo seco DT Vitros baseia -se nesta reação.

Valores de referência para proteínas totais no soro sanguíneo: Adultos ambulatoriais 6 a 7,8 g/dL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.



www.ufrgs.br/gcoeb/dosagemproteina/

terça-feira, 24 de junho de 2014





Olá, pessoal!!!!

Essa semana iremos aprofundar nossos conhecimentos a cerca das proteínas séricas. Iniciaremos comentando sobre o metabolismo proteico e suas disfunções , após, falaremos dos exames que se pode ser solicitado pelo médico para avaliar a condição salubre do paciente. Então, aproveitem e uma ótima semana.

PROTEÍNAS TOTAIS
       O número de proteínas distintas dentro de uma célula humana é estimado entre 3.000 a 5.000. Mais de 300 proteínas diferentes foram identificadas somente no plasma sanguíneo. Muitas delas apresentam papéis bioquímicos específicos sendo que suas concentrações podem ser afetadas por processos patológicos e, portanto, são determinadas na investigação de várias doenças. Apesar do grande número de proteínas presentes no plasma sanguíneo, somente algumas são medidas rotineiramente. As mais medidas são as presentes no sangue, urina, líquido cefalorraquidiano (LCR), líquido amniótico, peritonial ou pleural, saliva e fezes. As funções das proteínas plasmáticas incluem transporte, manutenção da pressão oncótica, tamponamento de alterações do pH, imunidade humoral, atividade enzimática, coagulação e resposta de fase aguda.

METABOLISMO DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

A concentração das proteínas plasmáticas é determinada por três fatores principais: velocidade de síntese, velocidade do catabolismo e o volume de líquido no qual as proteínas estão distribuídas.
Síntese. A maioria das proteínas plasmáticas são sintetizadas no fígado enquanto algumas são produzidas em outros locais, por exemplo, imunoglobulinas pelos linfócitos, apoproteínas pelos enterócitos e b2 -microglobulina (proteína da superfície celular) amplamente distribuída no corpo. Aproximadamente 25 g das proteínas plasmáticas são sintetizadas e secretadas cada dia, pois não há armazenamento intracelular.
Distribuição. Normalmente, a concentração de proteínas totais no plasma está ao redor de 7,0 g/dL e, aproximadamente, 250 g de proteínas são encontradas no compartimento vascular de um homem adulto de 70 kg. A água atravessa mais livremente as paredes capilares que as proteínas e, portanto, a concentração das proteínas no espaço vascular é afetada pela distribuição líquida.
Catabolismo. As proteínas plasmáticas são degradadas através do corpo. Os aminoácidos liberados ficam disponíveis para a síntese de proteínas celulares.

  
HIPERPROTEINEMIA

Desidratação. A desidratação causa o aumento (relativo) de todas as frações proteicas na mesma proporção. Pode ser promovida pela inadequada ingestão de líquidos ou perda excessiva de água (vômito, diarreia intensa, enfermidade de Addison ou acidose diabética).
Enfermidades monoclonais. Mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström e doença da cadeia pesada. Estas condições promovem a elevação de imunoglobulinas, causando o aumento nos níveis das proteínas totais séricas.
Enfermidades policlonais crônicas. Cirrose hepática, hepatite ativa crônica, sarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico e infecção bacteriana crônica.

HIPOPROTEINEMIA

Aumento do volume plasmático. Hemodiluição por intoxicação hídrica, também como na cirrose quando a ascite está presente.
Perda renal proteínas. Síndrome nefrótica e glomerulonefrite crônica.
Perda de proteínas pela pele. Queimaduras severas.
Gota. Aumento da uricemia.
Distúrbios da síntese proteica. A síntese é sensível ao suprimento de aminoácidos e, as sim, a desnutrição, má absorção, dietas pobres em proteínas, enfermidade hepática não-virótica severa promovem hipoproteinemia. A insuficiência da função hepatocelular reduz a síntese na enfermidade hepática crônica.
Outras causas. Analbuminemia, colite ulcerativa, dermatite esfoliativa, doença de Crohn, doença de Hodgkin, edema, enteropatia perdedora de proteínas, hemorragia grave, hepatite infecciosa, hipertensão essencial, hipertireoidismo, hipogamaglobulinemia, insuficiência cardíaca congestiva, kwashiorkor, leucemia, má absorção e úlcera péptica.


Na próxima semana daremos continuidade a este assunto, abordando os exames de proteínas totais séricas no sangue e na urina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

www.medicina.ufmg.br/rmmg/index.php/rmmg/article/viewFile/10/9

www.laboratoriovidda.com.br/informativos/...nos...proteinas-totais/14