
Olá pessoal!!! Chegamos à última postagem. Acredito que deva ter sido cansativo para vocês meu blog mas, futuramente, verão o quanto ele foi e é importante. Então quando precisar leiam ele novamente e aproveitem. Uma ótima férias a todos.
DEFICIÊNCIA
DAS IMUNOGLOBULINAS
A defesa imunológica
depende de quatro sistemas interativos:
·
Anticorpos
humorais (imunoglobulinas) da série de linfócitos B.
·
Imunidade
celular-mediada dos linfócitos T.
·
O
sistema fagocitário.
·
Sistema
do complemento.
Os dois últimos sistemas
são não específicos e não tem memória imunológica para o antígeno. O primeiro e
o quarto são proteínas plasmáticas. As principais causas de deficiência das
imunoglobulinas são:
Causas secundárias. (Comuns):
·
Defeito na síntese (a IgM cai primeiro, a seguir a IgA e,
finalmente, a IgG)
- Neoplasia linfóide (leucemia linfocítica crônica,
doença de Hodgkin e mieloma
múltiplo).
- Reação
tóxica, insuficiência renal (perdedora de proteínas) e diabetes mellitus.
- Drogas:
fenitoína, penicilina e imunossupressores.
- Neonatal:
prematuridade e atraso passageiro da síntese.
·
Perda anormal de proteínas
- Síndrome nefrótica, queimaduras, lesões exudativas
e enteropatias perdedoras de
proteínas.
Causas primárias ou
inerentes. (Raros).
·
Insuficiência na produção de anticorpos.
- Generalizada (infecções
piogênicas severas).
- Deficiência seletiva das
seguintes imunoglobulinas.
- IgA:
a mais comum (1:700), sem sintomas, mas as pessoas afetadas tendem a sofrer
doenças alérgicas ou autoimunones.
- IgG e IgA (IgM aumentada):
infecções piogênicas recorrentes.
- IgA e IgM: comum na giardíase.
- IgG: infecções piogênicas
recorrentes .
-IgM: susceptibilidade à enfermidade auto-imune
e a septicemia após esplenectomia.
·
Insuficiência combinada de anticorpo e imunidade célula-mediada.
HIPERGAMAGLOBULINEMIA POLICLONAL
A hipergamaglobulinemia
policlonal é caracterizada por aumentos difusos das gamaglobulinemias. É
provocada pelo estímulo imune de muitos clones celulares produzindo várias
imunoglobulinas. Representa a resposta das células b a o e s tí -
mulo antigênico e indica
a presença de infecção crônica ou processo auto-imune. As principais causas
são:
Infecções crônicas. Brucelose, tuberculose, parasitoses
(malária), lepra, bronquiectasia. Nestes casos, as estimativas das
imunoglobulinas específicas raramente fornecem mais informações que a
eletroforese proteica. No entanto, as suas determinações são de grande valor em
alguns diagnósticos diferenciais.
Doença hepática. Cirrose biliar primária,
cirrose portal e hepatite crônica ativa.
Infecções intrauterinas.
A
produção de IgM no feto aumenta e, ao nascer, o teor de IgM no sangue do cordão
está elevado.
Doença inflamatória
intestinal. Doença
de Crohn e colite ulcerativa.
Desordens auto-imunes. Artrite reumatóide e lúpus
eritematoso sistêmico.
Granulomas. Sarcoidose.
Em alguns casos, as classes
imunoglobulínicas fornecem a indicação da etiologia:
·
Predomínio de IgG: hepatite crônica ativa e lúpus eritematoso
sistêmico.
·
Predomínio de IgA: cirrose criptogência, doença de Crohn,
tuberculose e sarcoidose.
·
Predomínio de IgM: cirrose biliar primária e doenças parasitárias.
·
Aumentos equivalentes das IgA, IgG e IgM: infecções crônicas
prolongadas.
HIPERGAMAGLOBULINEMIA MONOCLONAL
(PARAPROTEINEMIA)
As bandas de
imunoglobulinas monoclonais visíveis na eletroforese do soro sanguíneo, como picos
estreitos e pontiagudos, são denominadas paraproteínas ou componentes
monoclonais. Podem ser polímeros, monômeros ou fragmentos de moléculas de
imunoglobulinas, como cadeias leves (proteínas de Bence Jones) ou, raramente,
cadeias
pesadas ou meias
moléculas; tanto os monômeros como os fragmentos podem ser polimerizados. A detecção
de uma paraproteína no sangue ou urina necessita outras investigações para
determinar se a mesma é benigna ou maligna. Paraproteínemias malignas ocorrem
no mieloma múltiplo (e plasmacitoma), macroglobulinemia e outros tumores linfóides.
A prevalência de paraproteínemia aumenta com a idade e está ao redor de 3% da população
geriátrica.
Mieloma múltiplo. Cerca de 60% das
paraproteínas são devidas ao mieloma múltiplo (doença maligna de
plasmócitos basicamente na medula óssea) que está associado com várias classes
de imunoglobulinas, principalmente, a IgG. A maioria dos mielomas produzem
moléculas de Ig completas – geralmente IgA ou IgG – sendo a quantidade produzida
muitas vezes proporcional a massa do tumor. Quantidades excessivas de
fragmentos de Ig (cadeias leves ou partes de cadeias pesadas) são também
produzidas em 85% dos casos, aproximadamente. Dímeros de cadeias leves (44kDa) estão,
muitas vezes, presentes na urina sendo denominados proteínas de Bence Jones.
No mieloma múltiplo são encontrados:
·
Sinais
clínicos: dor óssea, fatiga, anemia leve, infecção, insuficiência renal, hiperviscosidade
e uma velocidade de hemossedimentação elevada.
·
Diagnóstico:
banda de paraproteínas na eletroforese no soro e urina; lesões líticas difusas no
raio X ósseo; biópsia da medula óssea com presença de células plasmáticas
anormais.
·
Acompanhamento:
hipercalcemia (envolvimento ósseo); creatinina e ureia elevadas
(disfunção tubular e glomerular); b2 -micro
globulina (níveis elevados indicam um mau
prognóstico – depende da
renovação das células tumorais e da função renal); hemoglobina reduzida (depressão
da medula); redução das imunoglobulinas “normais” – não-paraproteína – o
que predispõe à infecção.
Macroglobulinemia de
Waldenström. É
uma doença clonal de linfócitos plasmocitóides secretores de IgM. Geralmente
apresenta um curso mais prolongado que o mieloma múltiplo. Há uma proliferação de
células que lembram os linfócitos em lugar de células plasmáticas. Elas
produzem moléculas completas de IgM e, muitas vezes, excesso de cadeias leves.
A elevação do teor de IgM promove o aumento da viscosidade plasmática com tendência
à trombose. Epistaxe, hemorragias retinianas, confusão mental e insuficiência
cardíaca congestiva são manifestações típicas da síndrome de hiperviscosidade.
O diagnóstico e o acompanhamento da macroglobulinemia são realizados pelos seguintes
testes:
·
Eletroferese das proteínas no soro e urina. Devem ser usadas
amostras recém-colhidas para evitar erros resultantes da deterioração. Uma urina
ao acaso é adequada para a demonstração da proteinúria de Bence-Jones.
·
Determinação quantitativa das paraproteínas e outras
imunoglobulinas no soro. A análise destes resultados permite a diferenciação entre a
hipergamaglobulinemia benigna e maligna.
·
Imunoeletroforese ou imunofixação de proteínas séricas e
urinárias, para
determinar o tipo de paraproteína.
·
b2 -Microglobulina sérica. Para monitorar o progresso
da doença; níveis elevados destas proteínas indicam um mau prognóstico.
·
Uréia e creatinina séricas, para avaliar a função renal.
·
Cálcio, fosfatase alcalina e ácido úrico no soro, medidos como índices da
extensão do envolvimento ósseo e renovação celular, respectivamente.
Doença da cadeia pesada
(doença de Franklin). Compreende um grupo de condições raras nas quais os
fragmentos de cadeia pesada correspondente à porção Fc das imunoglobulinas que
são sintetizadas e excretadas na urina. A produção anormal de cadeias pesadas a
e g é a desordem mais comum.
Paraproteinemia benigna.
Pode
ser transitória ou persistente. As paraproteínas ocorrem transitoriamente durante
infecções agudas em doença auto-imune devido a estimulação de antígeno. Paraproteinemia
benigna estável ou persistente pode ocorrer em tumores benignos das células B. São
encontradas no diabetes mellitus, infecções crônicas, cirrose e desordens do
tecido conjuntivo. São características desta condição:
·
Concentração
de paraproteínas abaixo de 2,0g/dL (<1,0 g/dL se a paraproteína for IgA).
·
Teores
normais de albumina sérica e outras imunoglobulinas.
·
Período
maior que cinco anos sem elevação nas concentrações das paraproteínas.
·
Mais
comum em idades avançadas, isto é, a prevalência é 2% entre 60-80 anos, 10%
entre 80-90 anos e 20% para >90 anos.
RESPOSTA DE FASE AGUDA
É uma alteração não
específica da síntese e nos níveis plasmáticos de várias proteínas derivadas do
fígado após danos teciduais (trauma, infarto, malignidade) e infecções. É uma
resposta à inflamação que promove o aumento nas concentrações de algumas
proteínas sanguíneas ou teciduais. A resposta de fase aguda é mediada pela liberação
de citoquinas pelos macrófagos ativados. Em infecções bacterianas isto é
induzido pelas endoxinas das bactérias. Vários efeitos sistêmicos acompanham a
inflamação como febre, leucocitose, alterações endócrinas, modificações no equilíbrio
líquido e eletrolítico e proteólise muscular.
Proteínas de fase aguda.
Este
termo é usado para denotar todas as proteínas que alteram a sua concentração em
25% ou mais no período de uma semana após dano tecidual. Entre elas estão:
proteína C reativa, a1 -antiquimiotripsina, haptoglobina, fatores do
complemento e fibrinogênio. Algumas destas proteínas são descritas acima. Duas
outras medidas são empregadas para
avaliar o estado de fase aguda:
·
Velocidade de sedimentação globular. Modificações na VSG
abrangem alterações em várias proteínas (fibrinogênio, a2 -macroglobulinas,
imunoglobulinas e albumina) também, como o número e as características das
membranas dos eritrócitos.
·
Medidas das citoquinas. Com o estabelecimento do papel das
citoquinas, interleucina 1, interleucina 6 e o fator de necrose tumoral, pelo
estímulo da resposta de fase aguda, foi sugerido as suas avaliações em
condições inflamatórias. Ainda persistem vários problemas técnicos na
determinação rotineira destes componentes.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R.
TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1998.
LEHNINGER,
Albert L., NELSON, David L., COX, Michael
M. Princípios de bioquímica. São
Paulo : Sarvier,
1995. 839 p.





