Olá, pessoal! Sejam bem-vindos!
Toda semana estaremos aqui, discutindo
sobre exames clínicos relacionados com as proteínas marcadoras. Por este
motivo, abordarei em cada postagem um exame e sua importância no dia a dia da
prática médica. Espero que seja produtivo e acrescentador em nossos
conhecimentos.
PROTEÍNAS MARCADORAS
O corpo humano
contém milhares de proteínas diferentes. Algumas são elementos estruturais de
células ou tecidos e outras são solúveis, isto é, são moléculas livres que se
movem nos líquidos intra e extracelular. As proteínas mais, rotineiramente, submetidas à avaliação laboratorial são as do
sangue, urina, Líquido Cefalorraquidiano (LCR), líquido amniótico, saliva,
fezes e líquidos peritoneais ou pleurais. A sua função são variadas,
importantes e diversas. Citaremos algumas:
Ø
Regulam o metabolismo, agindo como hormônios
protéicos
Ø
Protegem contra infecções, atuando como
anticorpos
Ø
Solubilizam lipídeos
Ø
Transporta oxigênio
Ø
Controla a hemostasia através dos fatores de
coagulação
Ø
Mantêm a pressão oncótica do plasma
PROTEÍNA C REATIVA
Substância
presente no soro de pacientes com doença aguda, e capaz de se ligar ao
polissacarídeo C da parede celular do Streptococcus
pneumoniae. A PCR é um marcador não-específico que eleva durante a resposta
imune para a infecção, lesão tecidual ou necrose celular associada com infarto
ou malignidade. Sintetizada no fígado, A PCR está envolvida com o sistema
auto-imune e atua na ativação do complemento, fagocitose e liberação das
linfocinas.
Importância clínica:
A PCR liga-se
não apenas aos polissacarídeos presentes em muitas bactérias, fungos e
protozoários parasita, mas também à fosforilcolina, foafatidilcolinas, tais
como a lecitina, e polianiontes, como ácidos nucléico. Uma vez formado o
complexo, aa PCR torna-se ativador da via clássica do complemento, como:
anticorpos, fagocitose e lise das células invasoras. Provavelmente, o seu
principal papel seja reconhecer substâncias endógenas potencialmente tóxicas,
liberadas por tecidos danificados, ligar-se a elas e detoxicá-las ou removê-las
do sangue. Quando os valores estão aumentados pode ter o seguinte significado
clínico:
Ø
Infarto do miocárdio
Ø
Traumas
Ø
Infecções (ex: recorrentes no lúpus eritematoso sistêmico)
Ø
Doenças inflamatórias (ex: artrite reumática)
Ø
Cirurgia ou proliferação neoplásica.
Devido as
diversas possibilidades diagnósticas, ele não pode ser interpretado sem uma
história clínica completa e também com a comparação com outros exames.
Valores de referência: Existe um
consenso no qual um valor de PCR acima de 0,5 mg/dL é indicativo da presença de
processo inflamatório agudo ou crônico. A determinação laboratorial da PCR como
marcador inflamatório indicada em variadas situações clínicas. Nos últimos dez
anos, entretanto, a proteína C reativa ganhou mais uma importância ao se tornar
um marcador de risco para doença cardiovascular aterosclerótica.
PRÁTICA
MÉDICA E A PROTEÍNA C REATIVA
A
PCR é uma exame de grande valor preventivo e deve ser utilizado na atenção
básica de saúde do SUS como dosador de rotina em pacientes com alto risco para
doença cardiovascular (diabéticos, hipertensos, dislipidêmicos, fumantes, com
história familiar evidente ou com múltiplos fatores de risco) e, como prevenção secundária, em pacientes com doença
cardiovascular comprovada. Além disso, a PCR pode ser indicadora para pneumonia
comunitária, diminuindo, assim, o índices de internações hospitalares
(principalmente em UTI’s) e, consequentemente, haverá mais leitos disponíveis
na alta complexidade.
REFERÊNCIAS:
BURTIS, C.A ., ASHWOOD, E.R. TIETZ. Fundamentos
de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998
