terça-feira, 27 de maio de 2014

Marcadores tumorais - Parte I







Olá, pessoal!!! Essa semana vamos utilizar uma didática diferente, pois iremos abordar uma assunto extenso: Marcadores tumorais. Para facilitar será dividido em duas partes e iremos falar das principais numa perspectiva clínica.

    Os marcadores tumorais são substâncias encontradas no sangue, urina ou tecidos de pessoas com certos tipos de câncer. A maioria dos marcadores tumorais são proteínas ou pedaços de proteínas. Eles são produzidos pelo próprio tumor ou pelo organismo como resposta à presença do câncer. 


Como os Marcadores tumorais são medidos? 

A maior parte dos marcadores tumorais é medida por exame no sangue ou na urina.
Coleta-se uma pequena dosagem de sangue ou urina, para ser submetida a testes laboratoriais que medem a quantidade dessas substâncias (marcadores tumorais) encontradas na amostra. 
Alguns marcadores tumorais são medidos diretamente de uma amostra de tumor retirada durante uma biópsia.
 Esses marcadores tumorais dão informações aos médicos sobre o tumor e como ele poderá reagir aos
diferentes tipos de tratamentos. Os médicos utilizam marcadores tumorais para auxiliá-los no: 

Rastreamento do Câncer 
Alguns marcadores são utilizados para triagem de pessoas com alto risco de desenvolver um câncer. 
Eles agem como um "sinal de alerta", apontando aos médicos que novos exames podem ser necessários.
Esses marcadores tumorais podem ajudar os médicos a detectarem o câncer em estágio bem precoce,
quando há melhor chance de cura. 


Diagnóstico de Câncer

Os marcadores tumorais não são utilizados para diagnosticar o câncer. O Câncer somente poderá 


ser diagnosticado por meio de uma biópsia. Entretanto, os níveis do marcador tumoral na época
do diagnostico poderão auxiliar o médico a prever a evolução da doença. Os médicos utilizam
essa informação para guiar a escolha do tratamento.


Monitorização do tratamento de câncer

Esse é o uso mais comum dos marcadores tumorais. Costumam ser regularmente dosados durante 
o tratamento, com o objetivo de avaliar se ele está funcionando. Isso é chamado de exame seriado.
Os médicos comparam esses resultados com o nível do marcador tumoral no início do tratamento 
(chamado de nível basal ou pré-tratamento). Se o câncer estiver respondendo ao tratamento,
os níveis do marcador tumoral quase sempre diminuem. Se aumentarem, isso poderá ser um sinal de 
que o câncer não está respondendo ao tratamento atual.

Detectar o reaparecimento do câncer 

Exames de seguimento realizados regularmente podem ajudar o médico a detectar um possível retorno 
ou recorrência do câncer antes de aparecer no raio X, na tomografia computadorizada ou no exame físico.
Quanto mais rápido a recorrência é detectada, mais fácil e eficaz será seu tratamento.


Marcadores de tumor

AFP (alfa-fetoproteína)

Normalmente, a AFP (alfa-fetoproteína) é uma proteína produzida apenas pelo bebê em sua vida intrauterina.

É sintetizada no fígado, saco vitelino e  feto, com funções de transporte plasmático e de manutenção da
pressão oncótica, desaparecendo no primeiro ano de vida.Na vida adulta, seus níveis séricos encontram-se
entre 5ng/mL e 15ng/mL, possui vida média de 5-7 dias. Níveis acima de 500ng/mL são altamente sugestivos
de malignidade, e valores acima 1000ng/mL são indicativos de presença de neoplasia. 
Esta proteína pode estar elevada em pacientes portadores de tumores gastrointestinais, hepatite e cirrose. 
Algumas células cancerígenas, incluindo células de câncer de fígado, poderão retornar sua forma prévia fetal 
e começar a produzir a alfa-fetoproteína novamente. Testes seriados de alfa-fetoproteína são 
utilizados para medir o quão bem um tratamento para câncer de fígado está indo. 



MCA (antígeno mucóide associado ao carcinoma)

O MCA é uma glicoproteína, utilizado para monitorizar o carcinoma mamário. Seu valor de referência
é 11U/mL. Não há indicação para seu uso no diagnóstico de doença locorregional
(extensão local e regional do câncer). Possui especificidade de 87%. Existem outras situações nas quais este marcador pode se encontrar elevado, como por exemplo, em doenças benignas de mama (15%), tumores de ovário, de colo uterino, endométrio e próstata.

Na próxima semana continuaremos com este assunto. Até breve e uma ótima semana.

REFERÊNCIAS:

BURTIS, C.A ., ASHWOOD, E.R. TIETZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998

http://www.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf

http://www.cito.med.br/?menu=artigos&idcat=8&idmenu=75&idartigos=565