domingo, 15 de junho de 2014


MARCADORES TUMORAIS - ÚLTIMA PARTE





Olá, pessoal !!!!


                               Vamos dá início aos trabalhos desta semana, continuando com o assunto “Marcadores tumorais” em sua última edição. Espero que tenha ajudado vocês assim como a mim. Uma ótima semana a todos.


LDH (desidrogenase lática): É uma enzima que se expressa nos tecidos cardíaco e muscular esquelético. Esta enzima não tem muito valor diagnóstico, mas relaciona-se com o volume da neoplasia, podendo apresentar implicações prognósticas muito importantes, em especial nos pacientes com diagnóstico de linfoma não-Hodgkin recente e na neoplasia de próstata. Nestes pacientes, altos níveis de LDH anteriores ao tratamento comprovam consistentemente ser um fator de risco adverso, e refletem presumivelmente a taxa de crescimento e o volume do tumor. Pacientes com alto nível de LDH com idade avançada ou com mau desempenho apresentam menos de 50% de probabilidade de remissão durável com o tratamento padrão. Esses pacientes são considerados candidatos a estudos clínicos de quimioterapia mais agressiva. Deve-se ter cautela com o uso deste marcador, pois pode estar elevado também em patologias músculoesqueléticas, infarto do miocárdio, leucemias e embolia pulmonar.

K-ras: Genes mutados da família ras são os oncogenes mais comumente encontrados nas neoplasias malignas humanas. Rodenhuis e Slebos demonstraram que os tumores de pulmão contendo mutação em K-ras eram mais agressivos, os pacientes apresentavam tempo livre de doença significativo menor e menor sobrevida quando comparados com os sem mutação em K-ras. No trabalho de Slebos et al., foi verificado que mutações pontuais em K-ras são importante fator de
prognóstico para determinar o tempo livre de doença e sobrevida, após variáveis como estadiamento da doença, tamanho do tumor e grau de diferenciação terem sido levadas em consideração.

NSE (Enolase Neurônio-Específica): Descrita inicialmente, em 1965, por Moore e McGregor como enzima catalisadora da via glicolítica anaeróbia, a NSE se encontra distribuída em todos os tecidos dos mamíferos. Em 1978, Schmechel et al, antevendo o futuro, especularam sobre a utilidade da enolase neurônio-específica para o diagnóstico e o tratamento dos tumores neuroendócrinos. A determinação sérica da NSE parece ser um instrumento valioso para o diagnóstico de carcinoma de pulmão de pequenas células, combinando aceitável sensibilidade com alto grau de especificidade. Observa-se sua presença consistentemente mais elevada na doença extensa do que na localizada. Além disso, a NSE possui sensibilidade fortemente correlacionada com o estágio da doença. Outro aspecto concernente à NSE seria sua aplicação como forma de monitor terapêutico nos pacientes em curso quimioterápico, em que seus valores séricos tendem a subir ou baixar de acordo com a resposta à terapia empregada e até antever recidiva da doença
.
PSA (antígeno prostático específico): O marcador tumoral de maior utilidade clínica desenvolvido até o momento é o PSA. Este é secretado no lúmen dos ductos prostáticos, estando presente em grandes concentrações no líquido seminal (aproximadamente 2mg/mL). Aparentemente, teria a função de liquefazer o coágulo seminal. Muitos estudos demonstraram que o PSA é útil para o diagnóstico do câncer de próstata. Em geral, o valor preditivo positivo do PSA é de 20% em pacientes com valores ligeiramente elevados (entre 4,0ng/mL e 10,0ng/mL), e de 60% em pacientes com valores de PSA superiores a 10ng/mL. A utilização do PSA é otimizada quando combinada ao exame de toque retal. Em estudos que investigaram o uso combinado do PSA e do exame de toque retal, observou-se que 18% dos tumores não teriam sido diagnosticados se o exame de toque retal não tivesse sido realizado, e que 45% dos tumores teriam passado despercebidos se o PSA não tivesse sido feito. Estudos mostraram que o ultra-som transretal pouco acrescenta ao PSA e ao exame de toque retal, quando estes dois são usados conjuntamente para o
diagnóstico, devendo ser solicitado somente em caso de alteração de um dos dois exames. A medida do PSA é fundamental para o estadiamento do paciente com carcinoma de próstata. Vários estudos mostraram que cerca de 80% dos pacientes com concentração de PSA menor do que 4ng/mL possuem tumor restrito à próstata. Por outro lado, metade dos pacientes com PSA maior do que 10ng/mL apresentam extensão extra-capsular, e a maioria dos pacientes com PSA superior a 50ng/mL apresenta metástases para linfonodos pélvicos. Entretanto, exceto para valores extremos, o PSA não é suficientemente preciso para, de maneira isolada, estadiar o paciente. Espera-se que um paciente submetido à prostatectomia radical apresente PSA próximo a zero (até 0,2ng/mL) após o procedimento, já que toda a próstata teria sido removida. Vários estudos demonstraram que elevações dos níveis de PSA após a prostatectomia ocorrem meses a anos antes dos sinais clínicos de recorrência, indicando persistência da doença. Ao contrário do que ocorre após a prostatectomia radical, pós-radioterapia, níveis detectáveis de PSA podem se originar de tecido prostático normal residual. Espera-se que a queda do PSA seja lenta e gradual, ocorrendo o nadir de meses até três anos após a radioterapia. Como a radioterapia provoca redução do volume prostático após a irradiação, o valor considerado como normal após a radioterapia é bem menor do que o padrão (4ng/mL), e muitos autores o definem como em torno de 1ng/mL. Sabe-se que, com o aumento da idade, ocorrem modificações no epitélio prostático que acarretam um aumento da absorção do PSA para a corrente sangüínea. Portanto, os valores de PSA variam bastante nas diferentes faixas etárias9. Gomes10 cita como valor de referência 2,5ng/mL para homens até 50 anos e 5,0ng/mL para aqueles com idade superior a 50 anos. Vários estudos têm sugerido a alteração do ponto de corte do PSA de 4,0ng/mL para 2,5ng/mL, indicando biópsia prostática nos pacientes que apresentem valores superiores. Isto porque uma parcela significativa dos homens que apresentam PSA sérico inicial entre 2,6ng/mL e 4,0ng/mL desenvolverá PSA superior a 4,0ng/mL no exame de seguimento, durante os próximos quatro anos. Então, embora o ponto de corte consensual para a identificação de biópsia seja 4,0ng/mL, estudos recentes sugerem que, em pacientes jovens, com próstata pequena e sem prostatite, a biópsia prostática seja considerada com valores de PSA acima de 2,5ng/mL.

p53: O gene supressor de tumor p53, localizado no cromossomo 17, codifica uma fosfoproteína denominada proteína p53, que desempenha um importante papel no controle do ciclo celular e previne o aparecimento de câncer. A proteína p53 tem o papel de bloquear a divisão celular em células que sofreram injúrias no seu DNA, dando tempo para a sua reparação. A perda da função desse gene pode estar relacionada tanto à iniciação quanto à progressão tumoral. Para demonstrar sua importância, cita-se o fato de que mutações na proteína p53 são encontradas em cerca de 50% de todos os cânceres humanos, ou mais de 50 tipos de tumores

b_2-Microglobulina: É uma glicoproteína de baixo peso molecular, presente em todas as células nucleadas. Seu valor de referência no soro é 2,0μg/mL para pessoas até 60 anos e 2,6μg/mL após os 60 anos, sendo que pacientes com b_2-Microglobulina maior do que 6,0μg/mL têm alto risco e pequena sobrevida. É indicado o uso deste marcador tumoral em linfomas não-Hodgkin, sendo índice de prognóstico independente; no mieloma múltiplo relaciona-se diretamente com a massa tumoral total e, isoladamente, é o mais importante fator de prognóstico.













REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BURTIS, C.A, ASHWOOD, E.R. TIEZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

Schmechel D, Marangos PJ, Brightman M. Neuronespecific enolase is a molecular marker for the peripheral and central neuroendocrine cells. Nature. 1978;276:834-36

Slebos RJ, Kibbelaar RE, Dalesco O, Kooistra A, Stam J, Heijer CJ, et al. K-ras oncogene activation as a prognostic marker in adenocarcionoma of the lung. N Engl J Med. 1990;323:561-65


9 comentários:

  1. A genética dos alelos p53 mutantes é intrigante. Os alelos parecem variar funcionando como oncogenes dominantes ou, de um modo recessivo celular, como supressores tumorais. O modo de acção parece depender do tipo específico de mutação e, talvez, da célula ou tecido em questão. O tipo de mutação observada em p53 pode dar indícios quanto ao carcinógeno que produziu a mutação. Por exemplo, a ingestão de aflatoxina B1 está associada a uma mutação de G para T que produz uma substituição de arginina por serina na posição 249 do produto do gene p53. A exposição ao fumo de cigarros está correlacionada a uma mutação de G para T vista nos carcinomas do pulmão, cabeça e pescoço. Portanto, o exame do tipo de mutação p53, vista num tumor, pode fornecer indícios quanto à identidade do agente carcinogénico causal.

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  2. Poder diagnosticar um tumor por simples determinação sorológica ou reação química facilitaria muito a atuação dos diversos profissionais da saúde. Devido a essa importância em diagnosticar precocemente a presença de um tumor, os cientistas tem investigado e aprimorado os diversos tipos de marcadores tumorais. O marcador tumoral CA 15-3, por exemplo, é usado principalmente em pacientes com câncer de mama. Níveis sanguíneos elevados são encontrados em cerca de 10% dos pacientes com doença inicial e em cerca de 70% dos pacientes com doença avançada. O estudo de padrões de alterações de DNA e a avaliação de todas as proteínas do sangue, ao invés das proteínas individuais, são novas técnicas usadas juntamente com os marcadores tumorais. A proteônica, esta última técnica citada, auxilia a diminuir os níveis de proteínas que são importantes em um determinado tipo de câncer.
    (http://www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais-especificos/4015/683/)

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  3. Os exames que medem os marcadores tumorais devem ser feitos com muita cautela e seu resultados devem ser avaliados com muito cuidado pelo médico, visto que se elucidado para o paciente como positivo pode ser sinônimo de grande ansiedade, medo e tristeza, para ele como para a família toda. Diante disso, me questionei até que ponto esses exames correm o risco de dar falso-positivo e o que seria possível alterar-lhes, me deparei com um artigo, que elencava uma tabela com os tumores, seus marcadores e principais fatores que os alteravam, eram os principais: problemas no fígado, gravidez, tumores benignos e alterações metabólicas que se tornavam simples diante do diagnóstico de câncer. Além disso, o artigo ainda elenca certos cuidados que temos de ter na leitura de uma exame, como os níveis séricos de marcadores tumorais, que se alteram de acordo com o tumor, mas não necessariamente um nível elevado quer dizer um tumor maligno, Descartar patologias q não sejam câncer, pois como bem elucida o autor do artigo, a maioria desses marcadores tumorais citados no post (PSA, p 53, beta microglobulina e etc) são processados no fígado e eliminadas no rim, assim qualquer patologia nesse orgão resultaria em um acumulo desses marcadores, por fim, a forma como é feita e mensurados os Marcadores tumorais no exame, afinal, este deve ser medido mais de uma vez para verificar-se o seu aumento gradual, se esse aumento não ocorrer, deve-se procurar outra patologia que não uma neoplasia. (file:///C:/Users/Lucas%20Alexandre/Downloads/C%C3%A1ncer-Principales%20causas%20de%20falsos%20positivos%20en%20los%20resultados%20de%20marcadores%20tumorales%20en%20suero%20(2013).pdf -Molina, R. Filella, X, Trapé J. et al. Principales causas de falsos positivos en los resultados de marcadores tumorales en suero. Documentos de la SEQC, 2013)

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  4. Ao ler sobre esses marcadores, um em especial me chamou a atenção e ao pesquisar sobre este, encontrei a seguinte informação:
    K-Ras é uma pequena GTPase que atua como um gatilho molecular covertendo estímulos extracelulares em respostas intracelulares. Esta transmissão de sinal é feita através da ativação de uma cascata de vias sinalizatórias efetoras, culminando no aumento da proliferação e sobrevida celulares. Quando ativada patologicamente, a K-Ras causa a transformação maligna. De fato, neoplasias induzidas pela K-Ras são muito comuns e não possuem terapias efetivas. Devido à falta de sucesso de terapias visando afetar diretamente a atividade da K-Ras oncogênica, uma abordagem diferente para o desenvolvimento de novas terapias é identificar alvos da K-Ras, que sejam críticos para o processo oncogênico.
    http://www2.iq.usp.br/docente/?id=basseres
    Isso mostra que ao detectar esse marcador, a severidade da doença já é elevada e deve-se buscar tratar, diretamente, os locais que estão sendo atingidos.

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  5. Durante as últimas postagens, percebemos o quão é importante o conhecimento acerca dos marcadores tumorais. O paciente é o principal beneficiado com a utilização desses recursos, que, atendendo às variadas condições e ressalvas para a interpretação dos marcadores, ajudam tanto no auxílio do seu tratamento quanto no esclarecimento de suas dúvidas. Encontrei, durante minha pesquisa, que é de extrema importância que o paciente tenha acesso às informações acerca de seu caso, no que diz respeito à investigação de algum câncer. Os questionamentos são feitos ao médico que acompanha o caso e inclui perguntas, como o conhecimento da realização de um estudo de marcador tumoral, o procedimento utilizado, se algum marcador tumoral do paciente está em nível elevado e o que isso significa ou pode significar (baseando-se nas evidências encontradas e na utilização de outros recursos para afirmar com precisão o teor da condição do paciente).
    http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-voce-deve-perguntar-ao-medico-sobre-os-marcadores-tumorais/4016/683/

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  6. O exame de toque retal aparentemente não interfere de modo significativo nos níveis séricos de PSA, ou seja, quando há aumentos na concentração sérica de PSA após o toque estes geralmente não alteram a conduta clínica (elevações muito discretas). Entretanto, alguns estudos recomendam sua coleta somente após 48h do exame retal.
    A influência da atividade sexual sobre os níveis de PSA permanece controversa, embora aparentemente não exista uma correlação importante. Autores sugerem que não é necessária abstinência e outros preferem aguardar ao menos 24h após a relação para uma dosagem mais fidedigna.

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  7. Alguns alimentos também podem aumentar os níveis de PSA. Particularmente dietas com muitos produtos lácteos e carnes mostram aumento dos níveis de PSA. Pesquisadores da cidade de Québec descobriram que os homens que consomem mais gordura saturada, predominante em carnes e produtos lácteos, tem um risco três vezes maior de morrer de câncer de próstata.
    Certos medicamentos, especialmente os que trabalham com o sistema hormonal masculino, como finasterida, por exemplo, podem diminuir os níveis de PSA. Os médicos ajustam essa variável multiplicando o nível detectado de PSA por um número padrão. Suspender o uso desses medicamentos pode ter o efeito reverso, causando o aumento do nível de PSA.
    A atividade sexual, incluindo relações sexuais ou ejaculações, podem causar um aumento no nível de PSA. Os homens que estão para realizar testes de PSA e desejam ter um resultado o mais fiel possivel, devem se abster de atividade sexual por alguns dias para uma leitura mais acurada dos resultados.
    Portanto, a dosagem de PSA sérica, mesmo sendo um exame de bastante confiabilidade, ainda pode ser alterada, propositalmente ou não, por todos os fatores acima citados.
    http://www.fakexames.blogspot.com.br/

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