domingo, 11 de maio de 2014

Olá, pessoal!  Sejam bem-vindos!
Toda semana estaremos aqui, discutindo sobre exames clínicos relacionados com as proteínas marcadoras. Por este motivo, abordarei em cada postagem um exame e sua importância no dia a dia da prática médica. Espero que seja produtivo e acrescentador em nossos conhecimentos.



PROTEÍNAS MARCADORAS
O corpo humano contém milhares de proteínas diferentes. Algumas são elementos estruturais de células ou tecidos e outras são solúveis, isto é, são moléculas livres que se movem nos líquidos intra e extracelular. As proteínas mais, rotineiramente,  submetidas à avaliação laboratorial são as do sangue, urina, Líquido Cefalorraquidiano (LCR), líquido amniótico, saliva, fezes e líquidos peritoneais ou pleurais. A sua função são variadas, importantes e diversas. Citaremos algumas:
Ø  Regulam o metabolismo, agindo como hormônios protéicos
Ø  Protegem contra infecções, atuando como anticorpos
Ø  Solubilizam lipídeos
Ø  Transporta oxigênio
Ø  Controla a hemostasia através dos fatores de coagulação
Ø  Mantêm a pressão oncótica do plasma
PROTEÍNA C REATIVA
Substância presente no soro de pacientes com doença aguda, e capaz de se ligar ao polissacarídeo C da parede celular do Streptococcus pneumoniae. A PCR é um marcador não-específico que eleva durante a resposta imune para a infecção, lesão tecidual ou necrose celular associada com infarto ou malignidade. Sintetizada no fígado, A PCR está envolvida com o sistema auto-imune e atua na ativação do complemento, fagocitose e liberação das linfocinas.
Importância clínica:       
A PCR liga-se não apenas aos polissacarídeos presentes em muitas bactérias, fungos e protozoários parasita, mas também à fosforilcolina, foafatidilcolinas, tais como a lecitina, e polianiontes, como ácidos nucléico. Uma vez formado o complexo, aa PCR torna-se ativador da via clássica do complemento, como: anticorpos, fagocitose e lise das células invasoras. Provavelmente, o seu principal papel seja reconhecer substâncias endógenas potencialmente tóxicas, liberadas por tecidos danificados, ligar-se a elas e detoxicá-las ou removê-las do sangue. Quando os valores estão aumentados pode ter o seguinte significado clínico:
Ø  Infarto do miocárdio
Ø  Traumas
Ø  Infecções (ex: recorrentes no lúpus eritematoso sistêmico)
Ø  Doenças inflamatórias (ex: artrite reumática)
Ø  Cirurgia ou proliferação neoplásica.
Devido as diversas possibilidades diagnósticas, ele não pode ser interpretado sem uma história clínica completa e também com a comparação com outros exames.
Valores de referência: Existe um consenso no qual um valor de PCR acima de 0,5 mg/dL é indicativo da presença de processo inflamatório agudo ou crônico. A determinação laboratorial da PCR como marcador inflamatório indicada em variadas situações clínicas. Nos últimos dez anos, entretanto, a proteína C reativa ganhou mais uma importância ao se tornar um marcador de risco para doença cardiovascular aterosclerótica.
 PRÁTICA MÉDICA E A PROTEÍNA C REATIVA
            A PCR é uma exame de grande valor preventivo e deve ser utilizado na atenção básica de saúde do SUS como dosador de rotina em pacientes com alto risco para doença cardiovascular (diabéticos, hipertensos, dislipidêmicos, fumantes, com história familiar evidente ou com múltiplos fatores de risco) e, como prevenção secundária, em pacientes com doença cardiovascular comprovada. Além disso, a PCR pode ser indicadora para pneumonia comunitária, diminuindo, assim, o índices de internações hospitalares (principalmente em UTI’s) e, consequentemente, haverá mais leitos disponíveis na alta complexidade.


REFERÊNCIAS:
BURTIS, C.A ., ASHWOOD, E.R. TIETZ. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed., Rio de Janeiro:  Guanabara Koogan, 1998

8 comentários:

  1. A proteína C reativa é uma proteína de fase aguda produzida pelo fígado em casos de inflamação sistêmica. Por ser mais sensível do que o exame de VHS (Velocidade de Hemossedimentação) em uma avaliação indireta, é mais utilizada para avaliar a presença de inflamação. Porém, a PCR, assim como o VHS, não diagnostica onde está a inflamação ou sua causa. Para responder melhor as perguntas que possam ser feitas, normalmente, o pedido de exame de PCR é feito acompanhado de outros pedidos de exame.
    É muito importante saber avaliar a presença de proteínas diferentes no corpo e os exames necessários para detectá-los.

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  2. Qual a explicação para a presença de PCR, mesmo que em baixa quantidade, em pessoas saudáveis, sem processos inflamatórios evidentes?

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  3. De fato, o exame que detecta a quantidade de PCR no corpo é fundamental para detectar e prevenir muitas doenças. No entanto, é válido ressaltar que, por servir como indicador de diferentes enfermidades e por não detectar o local específico do corpo que foi atingido, esse tipo de exame deve vir acompanhado de outros e obviamente de um excelente exame clínico. Achei extremamente importante as informações contidas no último parágrafo, que mostram a ajuda que este exame pode dar ao programa de atenção básica, isso deveria ser mais divulgado. No mais, aguardo as próximas publicações. Até mais.

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  4. Achei o último parágrafo bastante esclarecedor. Durante o texto, fiquei me perguntando porque um exame tão plural era utilizado. O exame quantifica a PCR no corpo detecta uma quantidade tão grande de possibilidades, que me perguntei se o médico realmente o usava para confirmar um diagnóstico. Com o ultimo parágrafo, entendo que por ser usado na Atenção Básica, o exame de PCR pode servir mais como uma triagem para traçar pacientes que estão em risco ou não.

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  5. Apesar da PCR ser utilizada para a detecção e monitoramento de inflamações em geral, os níveis dessa proteína não se elevam em determinados processos inflamatórios. Em doenças autoimunes como esclerodermia e lúpus há a atividade patológica sem a elevação de PCR. Nestes casos, o acompanhamento deve ser feito através de outros métodos ou exames.

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  6. Olá! Apesar de muito importante e valioso não podemos esquecer da essencialidade do exame clínico, especialmente nesse caso. O PCR, como dá uma abrangencia muito grande de possiveis doenças não é capaz de detectar pontualmente uma enfermidade. Assim, mesmo com o exame em mãos, uma clínica bem feita é valiosa e essencial ao diagnóstico.

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  7. A PCR é uma proteína muito importante para o descobrimento de inflamações em geral. E mais especificadamente aplicada quando o médico, que fez o pedido do exame, sabe do histórico do paciente.

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  8. é muito bom conhecer a importância da PCR e as possíveis patologias que a sua identificação pode ajudar a disgnosticar.

    Quer saber se tem inflamação silenciosa? Meça a sua PCR-as Sendo a inflamação silenciosa um mecanismo comum ao desenvolvimento insidioso e durante longos anos, não só das doenças cardiovasculares mas da generalidade das doenças crônicas degenerativas, a medição dos níveis de PCR e, com mais rigor, de PCR-as evidencia a presença de inflamação sistémica silenciosa. A sua diminuição revela a eficácia da adoção de medidas corretivas e preventivas. Para avaliar o risco cardiovascular derivado de uma inflamação silenciosa, existe uma outra análise mais específica, a proteina C-reactiva de alta sensibilidade: PCR-as. A PCR de alta sensibilidade é neste momento considerado um biomarcador de risco para doença coronária.

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